Assembleia de 22 de março

  1. O resultado da assembleia não foi o esperado. Infelizmente, o que se passou na assembleia foi surreal e inaceitável:
  2. A assembleia foi surreal porque:
    1. Foram convocados todos os credores, em número de quase um milhar, e compareceram muitas centenas;
    2. As centenas de presentes foram sujeitos a um processo de identificação à entrada, para registo das presenças, que levou a que muitos estivessem em fila durante cerca de meia hora.
    3. Terminado o registo das presenças e da junção de procurações e substabelecimentos, a juíza iniciou a assembleia, com uma fase de informações sobre os objetivos da assembleia e informações sobre aspectos concretos do acordo a votar.
    4. Seguiu-se a votação, em que votaram contra, o Estado, representado pelo Ministério Público, alguns reclamentes de créditos laborais e, estranhamente a Capital Vip, um dos credores subscritores do acordo posto à votação.
    5. O outro credor hipotecário, a Imoxtec, absteve-se.
    6. Seguidamente a Srª Juíza informou que a decisão do tribunal era a de não homologar o acordo, desde logo pela oposição do Estado.
    7. Posição essa de que tinha tomado conhecimento na véspera, por informação recebida nesse dia pela Srª Procuradora-Adjunta Drª Maria Isabel Conceição.
    8. Na antevéspera, desloquei-me ao tribunal de Vila Real de Santo António, pedi para falar com a Srª Procuarado-Adjunta, que me afirmou não ter ainda recebido dos seus superiores hierárquicos a posição a adoptar na assembleia geral.
    9. A Srª Juíza, para espanto da assembleia, informou que como tinha conhecimento da posição do MP na véspera, e que, na opinião do tribunal, essa posição inviabilizava a homologação do acordo, já trazia escrita de véspera a decisão, que passou a ler.
  3. Muitos credores ficaram indignados por:
    1. Terem participado numa farsa de votação, completamente inútil uma vez que a decisão do tribunal estava tomada desde a véspera;
    2. A participação na assembleia implicou sacrifícios pessoais e financeiros para muitos, alguns idosos e com dificuldades de locomoção;
    3. O Estado, ao corrente das negociações que se prolongaram por dois anos, só comunicou a sua posição na véspera da assembleia;
    4. Os credores hipotecários com quem tinha sido negociado o acordo, e que também tinham requerido a sua aprovação pelo tribunal, chegaram à assembleia e um, o mais importante, votou contra, e o outro absteve-se.
  4. Face ao resultado negativo da assembleia, mas porque estivemos tão perto duma conclusão, há que continuar a luta.
  5. Os credores hipotecários, com quem mantive longas e dispendiosas negociações, com muitas deslocações a Lisboa, incumpriram o acordo que tinham estabelecido, porque um novo despacho saneador os colocou aparentemente em vantagem.
  6. Esse despacho saneador, na minha opinião é ilegal, portanto já interpus 7 recursos sobre o indeferimento de vários requerimentos, invocando a nulidade do despacho saneador modificado.
  7. Os passos seguintes são:
    1. Interpor uma ação no Supremo Tribunal de Justiça, para anular as decisões do Conselho Superior da Magistratura que nomearam a juíza de Castelo Branco que proferiu o despacho saneador modificado;
    2. Pedir uma indemnização dos danos causados pela ação dos diversos órgãos do Estado que levaram ao insucesso da assembleia e, provavelmente;
    3. Apresentar uma queixa à Comissão Europeia em nome de associados estrangeiros;
    4. Requerer as habilitações dos herdeiros de vários associados, entretanto falecidos.
  8. Continuamos a aguardar o desfecho do processo que corre, desde 2009, no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
  9. Ainda espero que a minha persistência, ou teimosia, dê resultados com a atribuição das indemnizações a que todos os associados da AINEPTUNO têm direito.
  10. Tinha a esperança de não ter que pedir mais contribuições para as despesas com os processos, dada a iminência do esperado recebimento das indemnizações mas, face ao resultado da assembleia não tenho outra opção. Será necessário pagar taxas de justiça por todos os recursos interpostos, por todas as habilitações de herdeiros requeridas e só em selos de correio, para as cartas enviadas aos associados, foram cerca de 300 euros.
  11. Assim, vai ser necessário apelar a todos para que contribuam com 30 euros, valor simbólico mas necessário, já que só alguns têm contribuído, para financiar o prosseguimento da luta
  12. Os 30 euros podem ser transferidos para a conta com o NIB 0033 0000 00014727469 34, com indicação do nº de associado e nome.